Pandemônio
de Lauren Oliver,
editora Intrínseca.
Essa resenha é do segundo livro da série iniciada com Delírio. Se você ainda não leu, cuidado! Esse texto certamente vai trazer comentários sobre o primeiro livro – com as informações baseadas na sinopse do segundo.
Depois de uma fuga confusa e arriscada, Lena está perdida do outro lado da cerca e tudo em que consegue pensar é que Alex não sobreviveu. Destroçada, machucada, confusa e triste, mal consegue ter forças para lutar pela própria vida… E talvez nem queira.
É quando Graúna a encontra e ajuda, levando Lena para um abrigo de Inválidos no meio da Selva. A partir daí sua recuperação é lenta e gradual, fazendo com que seu corpo e mente se fortaleçam pouco a pouco.
Mesmo com toda a dor pela perda de Alex, ela força-se a seguir em frente e viver na comunidade da melhor forma possível. Depois de um tempo, já está totalmente integrada e pronta para ajudar essa nova família de guerreiros sobreviventes.
E a vida de Lena na Selva passa a ser movida por pequenas tarefas e aprendizados. Cercada de Inválidos, sua existência ganha um novo sentido… Um propósito, que é o que vai movê-la à frente e colocá-la em uma aventura ainda mais perigosa que sua fuga.
O livro é composto de dois tempos diferentes, intercalados: o “antes”, que fala da vida na Selva, e o “agora”, que nos apresenta a nova vida de Lena, em Nova York, infiltrada na organização jovem que combate o deliria.
Sempre em primeira pessoa, temos contato profundo com os sentimentos e pensamentos confusos de Lena, principalmente no que diz respeito a como se sente com sua missão… E como passa a se sentir depois que as coisas saem do controle.
E esse pequeno contratempo envolve Julian Fineman, filho do chefe da organização e a figura jovem mais forte na propaganda pró-cura. O caminho dos dois acaba se cruzando de uma forma não tão inesperada e, talvez, irreversível.
Lauren Oliver insere novos e ótimos personagens à trama já atraente. O enredo é envolvente e, apesar de muitas partes previsíveis, consegue movimentar a história e nos dar ainda mais noção da sociedade na qual tudo se desenvolve.
Gostei muito de Delírio e minhas expectativas para Pandemônio – Pandy, para os íntimos – eram altíssimas. Mas, de certa maneira, minha relação com o livro acabou sendo conflituosa.
O rumo que a autora deu para a história me agradou, era algo natural e necessário, mas isso não quer dizer que não tenha ficado irritada com algumas coisas. Lena está extremamente chata em alguns momentos, me fazendo odiá-la principalmente quando… Bem, não posso comentar, HAHAHAHA.
Julian é um personagem que me soou um pouco clichê, mas também importante para os acontecimentos. Não consegui simpatizar com ele porque, pra mim, Alex é e sempre será único personagem homem decente (mesmo que não esteja sendo justa). <3
Graúna, Prego, Azul e todos do grupo de Inválidos são adicionais ricos e carismáticos (mesmo os mais rabugentos) e fazem toda a diferença na vida de Lena e na história.
Como comentei, meus sentimentos são conflitantes. Apesar de ter detestado Lena e suas atitudes, compreendi perfeitamente porque aquilo tudo tinha que acontecer. Mesmo irritada, não conseguia desgrudar do livro e entendo muito bem porque alguns fãs adoraram.
A verdade é que, mesmo se eu tivesse odiado Pandy – o que não foi exatamente o caso -, ainda assim o recomendaria por um motivo muito importante: a última página. Lauren conseguiu salvar toda a história com uma única frase. Já esperava o que estava por vir, mas a forma como tudo aconteceu me fez surtar!
Hoje, mesmo sabendo o que me espera no último livro – não resisti, procurei spoilers -, sei que PRECISO lê-lo o quanto antes! PRECISO saber o desenrolar daquela última página, entender o impacto e o desdobramento daquela frase específica… E torço fortemente para que a autora não me decepcione. ;)